sexta-feira, setembro 26, 2014

Investimento certo




      São muitos os desafios e perigos para aqueles que exercem a profissão de fotógrafo. O mercado a cada dia lança inúmeras novidades, tendências e estilos. Em meio a tantas opções, o profissional precisa estabelecer quais são as suas necessidades e prioridades. Saber diferenciar estas duas palavras tem sido a para muitos a razão do sucesso ou do fracasso. Não são poucos que tendem a comprar tudo o que é lançado no mercado, gerando uma despesa, que por tantas vezes é questionável, pois o acúmulo de equipamentos pode se tornar uma dor de cabeça ou na pior das hipóteses um vício sem fim. Há uma tendência no mercado da fotografia hoje bem diferente do que era ha tempos atrás. Outrora comprava-se uma máquina fotógrafica cuja utilidade e duração eram bem superior, se comparado aos dias atuais. O que é novo hoje fica ultrapassado e obsoleto em curto espaço de tempo, não é possível acompanhar cada lançamento ou inovação tecnológica. É preciso ter os pés nos chãos e pensar de forma inteligente antes de tomar qualquer decisão.
       Hoje o profissional precisa pensar um pouco mais e investir na sua capacitação, aprender novas técnicas, participar de congressos, fazer cursos específicos, enfim, o melhor investimento sempre foi e continua sendo o conhecimento. Comprar equipamento é muito bom, uma lente melhor, uma máquina full frame, um flash com mais recursos, em contrapartida o saber nunca é demais.
   A pergunta que se deve fazer é: preciso mesmo deste equipamento agora? É necessário estabelecer previamente quais são as prioridades e onde se pretende chegar. Com o devido conhecimento, pode-se extrair resultados surpreendentes de equipamentos mais simples ou o contrário, possuir um equipamento de ponta e não ter domínio e conhecimento suficiente para usar todo o potencial que o equipamento permite. Chega-se então a uma conclusão, a melhor máquina para se investir continua sendo o cérebro, este não tem limites para aprender e conhecer.

sexta-feira, setembro 19, 2014

Com que Câmera eu vou?



        O mercado de fotografia está cada vez mais complexo e cheio de novidades a cada instante, mas um dilema ainda permanece, qual a melhor câmera, o melhor fabricante, a Nikon ou a Canon?     Desde a era do analógico há este questionamento.
     Ao longo de 25 anos de experiência no mercado de fotografia, já cheguei á resposta que muitos estão a procurar ou irão se deparar um dia. Já trabalhei com Nikon, Canon e Fuji, tanto no digital como no analógico, cheguei a seguinte conclusão: uma máquina fotográfica feita por determinada empresa não me fará um profissional melhor, o que faz realmente a diferença é o olho do fotográfo, pois o bom profissional domina as técnincas e consegue extrair o melhor de cada marca ou modelo.
     Não sou do postulado de defender uma marca ou modelo, há quem brigue por determinada marca como se fosse o próprio fabricante. Um bom equipamento ajuda bastante, mas nada substitui o talento.

quarta-feira, setembro 10, 2014

Diário de um Fotógrafo

      Minha vida de fotógrafo é cheia de episódios e fatos um tanto enusitados. Já passei por cada situação que contanto há quem duvide ou então morra de rir. Há uma imensa variedade de atuação do profissional no mercado, que vai desde ao foto jornalismo aos eventos sociais e tantas outras areas. Entrei para o mercado de eventos sociais, casamento, aniversário, eventos, festas, bodas, coisas deste tipo. Dentre as muitas histórias vivenciadas quero dar um destaque especial para um episódio que ocorreu ha mais de sete anos atrás, começou meio constrangedor e terminou com um final feliz.
      Fui contrato por um casal para cobrir o casamento, fotos da igreja, recepção e produção na semana seguinte ao casamento. As fotos da igreja e recepeção ficaram muito bonitas, a família colaborou na execução do trabalho. Na segunda feira seguinte, conforme combinado com o casal, faríamos as fotos externas, com o horário agendado na parte da manhã. Até aí tudo bem, fui á casa dos pombinhos no meu veículo, no horário marcado, pois pontualidade é muito importante nesta profissão.
       Ao chegar lá me deparei com a noiva com cara de quem comeu e não gostou, estava nervosa e extressada, tentei acalma-la, pois ser fotógrafo é ser um pouco de psicólogo também, precisamos entender um pouco os dilemas e aflições das pessoas e saber contornar determinadas situações. Após conversarmos um pouco ela desabafou comigo "Você acredita que aquele cara de pau me deixou aqui, em plena lua de mel e foi lá abrir a mercearia dele, como se nosso casamento não tivesse importância nehuma?", confesso que na hora fiquei sem saber o que responder-lhe, mas ela não ficou só nisto, arrumou-se, colocou seu lindo vestido branco e pegou a roupa do noivo e colocou dentro do carro e me disse o seguinte: "Vamos lá na mercearia agora, se ele não entrar neste carro e fizer estas fotos eu vou quebrar o maior barraco lá na porta, vê se pode uma coisa destas!". Me vi no meio de um fogo cruzado, com tiro pra todo lado.
        Fomos então até a mercearia, chegando lá a noiva me disse: "Vá lá e diz pra ele entrar neste carro agora, senão eu vou lá e faço ele entrar na marra!", a coisa tava feia mesmo, e agora, deveria dar o recado como recebido? Desci então do carro e fui até o noivo, ele já me olhou de cara feia e ao ver a amada furiosa no carro, pois já sabia do seu temperamento, ficou de cara feia também para mim. Que situação, que dia difícil! Disse-lhe então:"Sua esposa pediu-me para pegá-lo aqui e irmos ao local da comibinado para fazermos as fotos da produção, conforme havíamos combinado antes" ao que me respondeu "eu já disse para ela que não vou fazer esta porcaria de foto, pode ir embora daqui!", E agora? o que fazer? dava o recado pra noiva ou não? iria embora ou tentava cotornar a situação? não tinha muito tempo, a ocasião exigia uma decisão rápida e sábia. Voltei-me para ele e lhe perguntei então: "Você ama mesmo esta mulher?" Ele me olhou com os olhos arregalados e disse em claro e alto som "Sim, é claro que a amo!", então falei-lhe o seguinte: "Olha, esta mulher abriu mão de todos os homens para estar do seu lado e o que ela deseja é tão fácil de você resolver, isto para ela é um sonho e está ao seu alcance de torná-lo possível." diante de tais palavras ele se quebrantou e até o semblante mudou na hora, pegou as chaves  e fechou a mercearia.
     Fomos ao local da produção e fizemos fotos lindas e maravilhosas, porém até hoje nunca comentei com eles o que ouvi de cada um naquele dia, pois ser fotógrafo é também saber ouvir e guardar segredos.

quinta-feira, setembro 04, 2014



O medo do novo

            Há coisas que passam e não voltam mais, isto é um fato. Para muitos é difícil lidar com as mudanças que ocorrem ao longo da vida. Sempre desejamos permanecer na nossa zona de conforto, o novo pode nos assustar, mudar o que já sabemos, e aprender o que ainda não conhecemos é uma necessidade constante. Lembro-me que no início de minha carreira como fotógrafo no ano de 1989 as coisas eram bem diferentes do que é hoje. Na época imperavam as máquinas tidas hoje como analógicas, pois usavam películas (o famoso filme de 35mm), na época, fácil de se encontrar em qualquer estabelecimento do ramo. As máquinas mais cobiçadas eram as da Nikon e da Canon, havia também a Pentax K1000, muito famosa pela sua qualidade e durabilidade, outra também cobiçada era a Minolta X-700, a Prática MTL-3, a Olympus Pen que possibilitava a quantia de até 72 fotos em um filme de 36 poses. Na ocasião os flashes mais desejados eram o frata 100, o Mirage PZ2-44, o Metz 45 CL2 e outros mais. Era um mundo mercado limitado se comparado com o de hoje, no qual o fotógrafo se preocupava mais com o domínio do equipamento, tais como fotômetro, foco, número guia do flash. Tudo parecia sob domínio, parecia não haver possibilidades de mudanças. Mas em meados dos anos 90 para 2000, surgia a tecnologia digital para fotografia. Muitos já habituados com formato analógico, não acreditavam que aquele novo formato iria emplacar, já outros faziam críticas ferrenhas acerca do novo formato, alegando que uma foto digital jamais se igualaria a uma foto de filme ou película. Este pensamento não era apenas por parte de muitos profissionais do ramo, era também de empresas como a Nikon, Canon, Minolta,  Kodak e outras, que viam com desconfiança e descrédito o novo formato que estava sendo introduzido no mercado. O resultado de tudo isto foi o seguinte, a Minolta e a Kodak não sobreviveram no mercado, preferiram acreditar no formato tradicional, já a Nikon, Canon, Sony e outras mudaram a política e abraçaram o formato digital, dominando-o e se destacando no mercado digital.
            Diante dos fatos apresentados, concluímos que nossa area de conforto e segurança pode não ser tão segura e confortável se apresentam. Se não nos abrirmos para novos conhecimentos, novas possibilidades e dispostos a sempre inovar e se reinventar, corremos o risco de sermos apenas parte de uma história que ficou no passado, como ocorreu com tantos profissionais e empresas do ramos. O novo pode ser assustador e desafiador, mas quanto mais cedo o dominamos, mais cedo colhemos os resultados.


                 Mauro Lúcio Rodrigues da Silva
                 4º período de Jornalismo
                 UNIVALE - 2º/2014
                 Tel: (33) 3212.3586 ou (33) 9102.1070